Malik andava de um lado para o outro no espaço pequeno e estéril, e a ansiedade aumentava a cada momento. Andri estava desaparecida há três dias, sem deixar rastros. Pelo menos, é o que a Rede Central dizia. Ele tocou na têmpora, ativando o implante.
"Central, mostre o último local conhecido de Andri." A voz dele estava tensa de preocupação.
Uma voz fria e sem gênero respondeu na cabeça dele. "O último local registrado de Andri foi o Setor 7, Promenade Alpha, às 17h, três dias antes. Não há mais dados disponíveis."
Malik bateu o punho na parede, e o material sintetizado absorveu o golpe sem nenhum som. Ele sabia a resposta, sabia o que a Central diria, mas não pôde deixar de perguntar. Mais uma vez. E de novo. Como se a repetição pudesse, de alguma forma, conjurar Andri de volta à existência.
"Tem que haver algo", ele murmurou para si mesmo. Ele sabia o que acontecia com quem questionava a Rede, quem ousava se intrometer em assuntos considerados irrelevantes ou, pior, subversivos. Mas Andri tinha ido embora. Apagada. E Malik se recusava a acreditar.
Ele ativou o datapad pessoal, analisando a transmissão interminável de notícias e propagandas sancionadas pelo governo. Foi então que ele percebeu: um pequeno ponto, uma falha no sistema. Um único pixel fora do lugar em uma grade perfeitamente ordenada. Era a menor sugestão de uma anomalia, mas para Malik, era uma salvação.
Esse é apenas um ponto de partida para ajudar você a superar o bloqueio do escritor.
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